Livros de Areia

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Dos tradutores

Para um projecto editorial tão baseado em textos estrangeiros, estamos, em largos períodos da nossa actividade, inteiramente nas mãos dos tradutores. Apostámos desde o início em trabalhar com jovens ou desconhecidos, gente com vontade de mostrar que sabe, e neste nosso primeiro ano conseguimos fazê-lo. Assim, para além das traduções "caseiras" (somos um hands-on project, caso não soubessem), temos aqui que agradecer, pelo seu trabalho, ao Nuno Cotter (que teve a hercúlea tarefa de traduzir o Rhys Hughes, por duas vezes), à Joana Taborda e à Luísa Silvestre Ferreira. Ao Luís Rodrigues, já um veterano apesar da idade, temos a agradecer não só a tradução do Jeff VanderMeer, como a organização desse volume e a apresentação desse autor e outros: é um dos nossos colaboradores essenciais, e um editor fidelíssimo, em plena acepção anglo-saxónica do termo. Entraremos em 2007 com mais uma jovem tradutora, Safaa Dib, a quem cabe agora mais um round das sãs loucuras do Senhor Hughes. A todos, obrigado.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Stock esgotado

Mais uma edição limitada perto de esgotar: informamos que já não possuimos, em stock, qualquer exemplar de A transformação de Martin Lake. Agora, só mesmo nas livrarias que o pediram (consultem a nossa lista no site).

sábado, 25 de novembro de 2006

FNAC Colombo: line-up and mug shots


Quinta-feira, dia 16.11, 21:00 horas, 2ª apresentação do dia de "O pássaro pintado" de Jerzy Kosinski. Para nós, a 2ª vez também na FNAC Colombo (depois da apresentação de Jeff VanderMeer em Julho), e de novo tudo corre bem. Um espaço agradável e arejado e uma equipa técnica do melhor (finalmente, pudemos passar, em excelentes condições de som, um dos nossos filmes: obrigado ao Bela Bartok por aqueles sons iniciais que fizeram arrebitar as orelhas a meio mundo...). E aquela sensação reconfortante de estarmos a falar para gente de barriga cheia e com hipótese de olhar para o lado caso nos ache, por momentos, algo chatos.
Os suspeitos do costume, reunidos no line-up da mesa, foram, desta vez: José Mário Silva, João Maio Pinto e nós.
(fotos de Luis Rodrigues).

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Macau, em breve

Muito em breve estaremos também em Macau. Estarão os nossos livros, melhor dito. Depois daremos mais informações, mas a palavra-chave aqui é Bloom.

Entulho com muito bom aspecto

Entrevista (em PDF ou HTML) de João Maio Pinto à revista undeground UNDERWORLD Entulho Informativo (a capa é de JMP também). Visitem o blogue dele: é um dos melhores baús de surpresas gráficas que podem encontrar pela blogosfera.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Novas dos livros... de 1944

Para além dos blogues de George Cassiel e Nuno Seabra Lopes, vem agora do blogue da Frenesi uma interessante leitura da situação do mercado do livro... em 1944. Não mudou muita coisa!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

O rasto de três dias de Fórum


Palavras, palavras, alguns sorrisos, mais palavras, comida e algum cansaço: Rhys, João Maio Pinto, David Soares e nós em acção, Safaa Dib a recuperar no final.. Para além das memórias do excelente convívio e das apresentações, de que as fotos de Jorge Candeias dão aqui testemunho, ficaram, para nós, 2 artigos no "Diário de Notícias" (o jornal que cobriu o Fórum Fantástico 2006), que se seguiram a uma entrevista que João Barreiros já dera a Eurico de Barros. Além de Barreiros, Jerzy Kosinski e Rhys Hughes foram os nossos outros autores nesta festa, e todos eles conseguiram deixar uma marca na efémera imprensa diária. Folgamos por isso, se nos dão licença.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Correios

Dada a greve dos funcionários dos Correios esta semana, antevemos grandes demoras na chegada de todos os nossos envios postais. Pedimos, portanto, alguma compreensão aos livreiros, leitores e jornalistas a quem iremos enviar livros. Godspeed.

Agradecimentos devidos

Apesar de alguns percalços, à organização do "Forum Fantástico", Rogério Ribeiro e Safaa Dib. Ao David Soares, pela seguríssima e informada apresentação que fez do "Pássaro Pintado" no Forum. Ao José Mário Silva, não apenas por se deslocar ao Forum para falar com Rhys Hughes e aceder a apresentar o livro de Kosinski na FNAC, como pela acertada contextualização que dele fez no artigo do 6ª. Ao Rhys Hughes por, mesmo de improviso, ter feito uma das suas melhores intervenções em Portugal (e já lá vão algumas...) no dia 16: foi um momento único em que todos pudemos ver como se interligam as partes racional e emocional da mente de um escritor face aos seus "mestres". Ao João Maio Pinto, pelo talento que quis partilhar connosco e pela inteligência que aportou às mesas das apresentações (e pela atraente comitiva polaca de que se fez acompanhar, onde se incluiam as ilustradoras Malgorzata Furst e Joanna Latka). Ao João Barreiros, pela contínua resistência há mais de 20 anos. Ao Luis Rodrigues, o nosso quinto Beatle, o nosso sexto Stone, por estar sempre e por ter sempre o que é necessário ter para que as coisas corram bem. E às interessantíssimas pessoas que, além dos usual suspects, passaram pelo ou que conhecemos no Forum, em especial o Christopher Priest, o Ilídio Vasco, o Gerson Ribeiro, entre tantos outros (se nos lembrarmos de mais alguém, entretanto, actualizaremos este post...). PS.: Y como no: um agradecimento muito especial a Nuno Santos, pelo seu profissionalismo above and beyond the call of duty!

domingo, 12 de novembro de 2006

Favourite book by favourite author in favourite film



Borges, mais uma vez, e Kosinski serão os pretextos para o nosso envolvimento no próximo Fórum Fantástico. E uma vez que, infelizmente, não foi possível à organização montar um ciclo de filmes, aqui fica a nossa sugestão de 4 títulos, um por cada dia do evento, que podem encontrar no mercado, ou local (lojas) ou global (web).
Borges povoa muitos filmes, directa ou indirectamente, mas a escolha inicial vai incondicionalmente para Performance de Nicolas Roeg e Donald Cammell (1968, frames retirados daqui). Constitui, ainda hoje, uma das mais viscerais experiências que podemos ter perante um filme: é duro, sujo e quase insuportável até, misteriosamente, o entranharmos, como àquela famosa bala que circula pelas entranhas de Mick Jagger e liberta a imagem do escritor, que é, de resto, uma sombra omnipresente. Muitos anos depois, as últimas palavras de Donald Cammell, segundos após ter disparado sobre si com uma Glock, terão sido: "vês a imagem de Borges?" Num registo mais comedido, e mais próximo a um texto identificável de Borges (Tema do traidor e do herói), há A estratégia da aranha de Bernardo Bertolucci (1969), com os fantasmas do Fascismo na província italiana em fundo.


Jerzy Kosinski foi perseguido durante os anos 70 por Peter Sellers para que que adaptasse Being There ao cinema. Acedeu e o resultado foi o filme de Hal Ashby de 1979, em que Sellers tem o seu último grande papel. A personagem do jardineiro analfabeto Chance, que só sabe citar frases que ouve na TV e que chega aos mais altos círculos da política americana, é hoje vista como profética do surgimento de Dubya, mais conhecido por George W. Bush. Jr. Pouco tempo depois, Kosisnki acedeu a outro convite insistente, e teve em Reds, de Warren Beatty (1981), uma interpretação que surpreendeu pela sua intensidade, no papel do frio oficial bolchevique Grigori Zinoviev. O filme celebra este ano o seu 25º aniversário com uma nova cópia nas salas dos EUA e em breve em DVD.



Para os que gostam de procurar filmes impossíveis de encontrar, aqui fica uma quinta proposta, e um repto: La invasión, um filme de Hugo Santiago de 1969, realizado na Argentina com argumento de, nem mais nem menos, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares. Um pequeno filme série B, entre o policial e a FC. Apenas existe uma cópia em película, na Cinemateca Argentina. Mais informações, aqui.

sábado, 11 de novembro de 2006

O pássaro pintado também canta


Daniel Kahn and the Painted Bird... Não, não é o nome de um qualquer erudito que se apresta a dissertar sobre, quem sabe, mais um obscuro detalhe biográfico na obra do Sr. Kosinski. É o nome de uma banda germano-americana, entre Detroit e Berlim, nem mais. Canções em yiddish, inglês e alemão. E no texto de apresentação do seu último disco, The Broken Tongue (expressão usada no livro para descrever o Alemão) lê-se: "tal como no romance grotesco de Jerzy Kosinski de que retiram o seu nome, os Painted Bird lembram-nos de que, mesmo sendo apenas um animal, o Homem também sabe cantar." Eis uma amostra.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A memória lembrada II : Kosinski

"Tema recorrente nas entrevistas: quão autobiográfica é a obra de Kosinski? Nas palavras do autor, a pergunta pode ser reformulada nos seguintes termos: quão autobiográfica é a ficção de Kosinski? Kosinsky vê a memória como o grande contador de histórias, ou melhor, como uma colecção de episódios que não chegam sequer a formar uma colectânea de contos. O contador de histórias recorre também ao esquecimento, claro. Esquecer é importante. Tudo isto é trivial, e só merece ser contado pelo próprio Kosinski. Se tomo nota, é apenas para criticar a obsessão que, nos finais de 60 e pelos anos 70 fora, jornalistas, críticos e público tinham em saber até que ponto os episódios vividos pelos personagens de Kosinski fazem parte da biografia do autor. Isto é "voyerismo puro, uma forma menor de experiência"(cito o autor, embora aqui ele se referisse a outro problema). É possível que as subsequentes acusações de que ele terá forjado detalhes da sua biografia resultem da mesma obsessão, agora virada do avesso. Hipótese de trabalho: se Kosinski caminhou entre a ficção e a realidade, de um e outro lados quiseram puxar-lhe o tapete." (A memória inventada, "Kosinski e Eu 3", 29.01.2005)
Sublinhados nossos ao que é ainda o melhor texto escrito por um português sobre Jerzy Kosinski que podemos recomendar.

NOTA: Um outro português, leitor atento, merece também uma nota de apreço, sobretudo pela diligência em informar-nos, sem deixar de nos incentivar: Gonçalo Serra. Editar só faz sentido para pessoas assim.

A memória lembrada I : Kosinski

Foi neste post, há quase 2 anos, que descobrimos o que parecia impossível: um português, vivo, activo nas lides da escrita, que sabia quem era Jerzy Kosinski. "Seguir as sugestões de leitura das pessoas que respeito obedece a outros motivos e é algo que continuo a fazer. Mas invisto cada vez mais na exploração às cegas. Dar com uma capa apetecível, um título, um parágrafo bem esgalhado numa página aberta ao calhas, uma resposta num programa de rádio e ir depois à aventura, investir horas e horas num tipo de que ninguém alguma vez falou ou foi levado na enxurrada do tempo. Kosinski, por exemplo. Jerzy Kosinski. Sei que não vai tardar a aparecer na janela de comentários um iluminado, daqueles que já leram tudo, que vai desconstruir Kosinsky em três linhas. Fair enough. A minha empreitada é ir escrevendo sobre a experiência de o ir descobrindo." (04.01.2005)
Ali estava alguém disposto a descobrir, tal como nós tínhamos descoberto, do nada, dos restos da enxurrada do tempo, esse livrinho chamado The Painted Bird. E, independentemente dos "desconstrutores" de livros e de mitos, dos que se apressam a pôr rótulos de veracidade ou falta dela, decidimos avançar com a nossa versão portuguesa dessas palavras encantatórias, que de verdadeiras poderiam ter apenas o facto de as imagens que evocavam serem verdadeiramente inesquecíveis. E essa era toda a verdade de que necessitávamos.
Meses depois, esse distante pesquisador de enxurradas revelou-se: chamava-se Vasco Barreto, era um biólogo a viver em Nova Iorque e a manter um blogue chamado A memória inventada, e viu, algures, um "fio de baba cósmica" a ligar-nos por sobre os vários oceanos que nos separam. Um elogio, certamente. E assim, este livro que agora lançamos é também deles: de Jerzy Kosinski, que morreu em Nova Iorque levando a sua verdade da forma como entendeu levá-la, e do Vasco, que, em Nova Iorque, se atreveu a tirar objectos estranhos das ruínas do tempo e a olhá-los com a inocência infantil de um cientista que se encanta com o brilho da luz num fio de teia de aranha preservado em âmbar.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Jorge Luis Quem?

Nem mais. No último Eixo do mal (SIC), Clara Ferreira Alves (que não conhecemos pessoalmente de lado nenhum, mas da qual possuimos provas de que, no que toca a estas coisas de Cultura e de saber ser um agente de cultura, é uma Senhora, assim mesmo, com S, à antiga) pôs o dedo na ferida: a propósito de duas recentes edições à volta de Borges da Âmbar (uma das quais conhecemos bem e apreciámos, no original, aqui há uns meses, através da simpática agente Bárbara Graham de Barcelona), lamentou o progressivo esquecimento do autor por cá. Já o tínhamos aqui notado, por exemplo, na gritante ausência de algo (nem uma foto!) na nova e catita encarnação da LER, na sua edição (ahem....) anual de 2006. Mais uma razão para irem ouvir Rhys Hughes ao Forum Fantástico. Faz-se o que se pode, e Rhys fá-lo (e fê-lo) muito bem.

domingo, 5 de novembro de 2006

Livros à venda no Fórum

Para além de exemplares de O pássaro pintado de Jerzy Kosinski, e de Disney no céu entre os Dumbos de João Barreiros, teremos ainda disponíveis para compra na Feira do Livro do Fórum Fantástico Uma nova história universal da infâmia de Rhys Hughes, e os ÚLTIMOS exemplares que temos em stock de A transformação de Martin Lake de Jeff VanderMeer. Estarão à venda com um desconto de 10%.