Livros de Areia

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Passes entre a literatura e o futebol



Dia 8 de Maio próximo, Quinta-feira, pelas 18:00 horas, na sala do Conselho de Leitura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (à Cidade Universitária, metro linha amarela), enquadrada na programação do "Literaturas do Mundo" daquela faculdade, vai ter lugar uma conversa à roda de Futebol: sol e sombra de Eduardo Galeano. A jornalista e autora Leonor Pinhão e a Professora Cristina Almeida Ribeiro trocarão os passes entre a literatura e o futebol, nesse jogo contínuo que faz o brilho deste livro. O convite é nosso, mas também da Universidade de Lisboa e da Embaixada do Uruguai, com os devidos agradecimentos à Dra. Maria João Coutinho do Serviço de Difusão Cultural pelos contactos e promoção. Link para o convite aqui.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nichos

Com respeito a um texto hoje saído no Jornal de Negócios – para o qual fora entrevistado por telefone por Lúcia Crespo – sobre a situação do mercado editorial ("Concentração no mercado gera oportunidades de nicho", p. 20), apenas umas palavras de afinação.
Fora uma ligeiríssima distorção (terei dito que o nosso filão editorial se fincava numa literatura fantástica na veia de Borges, com abertura ao horror e a um ambiente mágico, dando os exemplos de Rhys Hughes e de O Pássaro Pintado, e não que editavámos livros de "horror e magia") , uma cacofonia sintática que não proferi ("podemos mesmo especializarmo-nos?") e o facto de não ter apresentado a editora de valter hugo mãe como um exemplo de uma editora "generalista" (dei-a sim como exemplo de uma pequena editora que tentou o difícil equilíbrio entre a criação de um nicho e as tentativas mais "generalistas", como o título referido), considero-me bem citado. Faltou apenas contextualizar, mais uma vez, qual o tipo de livreiros referidos na peça: não são os livreiros independentes (de que dei exemplos na conversa) mas as grandes áreas e as cadeias.
Dito isto, considero que o tema é por demais pertinente, e que o ponto essencial da matéria não foi devidamente abordado: a pequenez do mercado nacional (mesmo contando Angola e Moçambique), aliada às suas lacunas culturais e económicas, como óbvio obstáculo a uma eficaz criação de "nichos" editoriais. Se considerarmos que um nicho é não apenas um segmento temático mas também uma parcela de leitores-alvo potenciais, então devo concluir que, se antes do fenómeno da concentração, a estratégia de narrow casting era já arriscada (a não ser para os nichos de não-ficção, como os livros de auto-ajuda e demais conteúdos new age, ou os livros sobre economia e marketing, tão abundantes que passam quase por mainstream), depois dessa concentração é ainda mais complicada. Pelas actuais formas de distribuição e revenda, não há possibilidades físicas de fazer depender uma editora de livros de ficção de género unicamente das vendas nas livrarias, que cada vez mais se queixam da inflação do número de títulos publicados.
E eis onde eu quero chegar (e que mencionei na entrevista): só com uma mudança do paradigma de compra das livrarias para a net (directamente ao editor) e com um alargamento estruturado e apoiado do mercado editorial nacional ao Brasil poderemos começar a pensar em nichos editoriais. Os "poucos" leitores de São Paulo ou do Rio de Janeiro que gostam de ler livros de um determinado género são capazes de, juntos, perfazer uns bons milhares, e esses milhares juntos às poucas centenas de leitores em Portugal aguentariam uma pequena editora "de nicho". Não o fazem já porque não há uma política cultural concertada entre Portugal e Brasil que permita que um leitor brasileiro não pague uma fortuna no câmbio de moeda, acrescida das taxas de transferência bancária e, finalmente, dos famosos "fretes" de envio postal (um livro que custe 0,50 € de portes para Portugal pode custar 5 € para o Brasil). E estamos a falar de um país que fala uma língua comum e com quem, de repente, nos apeteceu assinar um acordo ortográfico que tem animado e excitado a Academia e os salões de há uns meses a esta parte.
Como sempre em Portugal, discute-se imenso a cor e a textura das telhas, e se condizem ou não com a pintura da fachada, antes de se desenhar o plano da casa e encomendar o cimento e os tijolos.

(Pedro Marques)

PS: A propósito, ler isto.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dois dias em Matosinhos







Dois dias em Matosinhos para o Literatura em Viagem e um tempo muito bem passado, graças à perfeita organização e à energia de Paula e Francisco Guedes, a quem agradecemos. Rhys Hughes esteve em excelente companhia no Domingo (tendo a sua apresentação sido entusiasticamente traduzida por Fernando Pinto do Amaral) e, numa brilhante e bem humorada digressão entre Calvino, D.H.Lawrence e o anti-turismo de Daniel Kalder, cativou mais uma audiência nacional. A intervenção de John Lantigua, diga-se com toda a justiça, esteve igualmente cativante. Nota mais negativa: o posto de venda de livros – a livraria Almedina – estava fechado no Domingo.
Para além do convívio já habitual (e de um grande concerto de Vitorino), uma das mais interessantes atracções deste LeV foi uma exposição "in progress" do genial fotógrafo argentino Daniel Mordzinski (na foto em baixo, junto a Rhys), que foi fotografando os autores e principais "actores" do evento (grandes retratos de Manuel Alberto Valente, Cristina Ali Farah, Karla Suarez, José Manuel Fajardo, entre outros, e um arrojado do nosso galês) e imprimindo digitalmente as fotos, expondo-as e alterando a sua disposição na sala ao longo das horas do evento. Pura magia feita com sorrisos e um sentido de humor único. Gracias, Daniel!

sábado, 19 de abril de 2008

João e Paulo expõem

Os dois ilustradores que se cruzaram connosco até agora, João Maio Pinto e Paulo Barros, estão ou vão estar em breve a expor os seus trabalhos. O João inaugura hoje, na galeria Plumba no Porto (perto do Museu Soares dos Reis), a exposição individual Spiritualized (até dia 17 de Maio). O Paulo vai ter em Maio, no espaço Maus Hábitos (também no Porto, à Passos Manuel) uma exposição de um "projecto work in progress", Finissage. Quem leu O pássaro pintado e A sereia de Curitiba sabe que tem de ir lá espreitar.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

"O Marinheiro" na Casa Fernando Pessoa



Dia 18 de Abril (Sexta-feira), pela 18:00 horas, será apresentada a edição de O Marinheiro de Fernando Pessoa que a Companhia de Teatro de Almada leverá a cena, com encenação de Alain Ollivier, no Teatro Municipal de Almada a partir do dia 17. A apresentação será na Casa Fernando Pessoa, e estará a cargo do encenador e de Teresa Rita Lopes, que escreveu a introdução a esta edição.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Rhys Hughes em viagem por Matosinhos



Rhys Hughes, incansável andarilho, estará em Matosinhos para a edição deste ano do "Literatura em Viagem", que decorrerá entre os próximos dias 19 e 22 de Abril.
A mesa em que Rhys participa decorre no dia 20 (Domingo), às 18,00h, na Galeria Municipal da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, sob o tema "A Viagem Começa Aqui". Participam ainda Rui Reininho, John Lantigua (EUA) e Fernando Pinto do Amaral, e a moderação caberá a José Carlos de Vasconcelos.