Fim de jogo?
"O futebol profissional faz o possível para castrar essa energia de felicidade, mas esta sobrevive apesar de tudo. [...] Por mais que os tecnocratas o programem até ao mínimo detalhe, por muito que os poderosos o manipulem, o futebol continua a querer ser a arte do imprevisto. De onde menos se espera chega o impossível, o anão dá uma lição ao gigante e um negro mirrado e de pernas tortas faz do atleta esculpido na Grécia um tonto. [...]
Estes são os tempos da uniformização obrigatória, no futebol como em tudo o resto. Nunca antes o mundo foi tão desigual nas oportunidades que oferece e tão igualador nos costumes que impõe: neste mundo de início de século, quem não morre de fome, morre de tédio. [...]
Ao escrever, iria tentar fazer com as mãos o que nunca fora capaz de fazer com os pés: azelha incorrigível, vergonha dos campos de jogo, não tive mais remédio senão pedir às palavras o que a bola, tão desejada, me tinha negado." (Eduardo Galeano, Futebol: sol e sombra, págs. 180 e 181)
Estes são os tempos da uniformização obrigatória, no futebol como em tudo o resto. Nunca antes o mundo foi tão desigual nas oportunidades que oferece e tão igualador nos costumes que impõe: neste mundo de início de século, quem não morre de fome, morre de tédio. [...]
Ao escrever, iria tentar fazer com as mãos o que nunca fora capaz de fazer com os pés: azelha incorrigível, vergonha dos campos de jogo, não tive mais remédio senão pedir às palavras o que a bola, tão desejada, me tinha negado." (Eduardo Galeano, Futebol: sol e sombra, págs. 180 e 181)
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