Dois mil e sete, ano dois
Antes que um tal texto se tornasse exercício de história antiga, aqui ficam umas palavras sobre o ano que terminou há dias, o nosso segundo ano de existência.
À nossa lista de autores, acrescentámos três novos, Lázaro Covadlo, Blanca Riestra e Bruce Holland Rogers, que trouxemos a Portugal para que apresentassem os seus livros. Essas deslocações tiveram o amabilíssimo apoio de entidades como o British Council (em especial, a Dra. Isabel Lopes, pelo seu esforço e simpatia), a Embaixada dos Estados Unidos da América e as organizações das Correntes d'Escritas e do Fórum Fantástico, a quem todos os agradecimentos pecarão por defeito. Continuámos, pois, na senda dupla de revelar autores completamente desconhecidos aqui (no que se incluiu mais um livro de Rhys Hughes) e de resgatar do "baú" dos esquecidos obras e autores válidos para o nosso catálogo e o nosso tempo (a continuação da publicação de Jerzy Kosinski é disso exemplo). Uma breve consulta aos press-clippings da nossa página Press permitirá concluir isso mesmo.
Num ano em que passámos da distribuição directa para os serviços de uma distribuidora, a nossa relação com as livrarias conheceu o seu lado mais delicado, o das devoluções (lentas) e das respectivas facturações (muito mais lentas, tendo mesmo um caso em que somos credores de uma quantia inferior a 300 euros há mais de 6 meses). Ainda assim, os exemplos de livreiros que já aqui tínhamos realçado mantiveram o seu nível de profissionalismo, também na hora do pagamento, o mesmo se passando com grandes cadeias. Sem orçamento para produzir os "rebuçados" de que os livreiros mais tradicionais parecem gostar tanto (figuras dos autores sorridentes recortadas junto a pilhas de livros, anúncios de página inteira no Expresso, etc), estamos totalmente dependentes do boca-a-orelha, que é falível apenas no balcão, no momento em que um livreiro mal informado, sem recurso à internet e pressionado para vender o seu 500.º exemplar do último best-seller responde "não conheço, "está esgotado" ou "nunca ouvi falar", mesmo se se lhe acena com uma revista ou jornal onde aparece um texto sobre o livro pedido. Esse boca-a-orelha é hoje, e cada vez mais, a blogosfera, e esperamos que projectos tão profissionais como o Bibliotecário de Babel e o Blogtailors ajudem a impor a consulta dos blogues como último passo antes da ida à livraria, ou – milagre esperado com ansiedade, mas ainda distante em Portugal – da compra online.
Ainda sobre promoção: uma pequena e nova livraria de Lisboa, a Círculo de Letras (entre a Av. Roma e o Campo Pequeno), parece ter resolvido o ovo de Colombo. Um monitor ligado a um computador, virado para uma montra que dá para uma rua. Parece demasiado simples, mas esta pode ser uma forma económica e totalmente digital de expor aos transeuntes conteúdos promocionais, quer feitos pela livraria, quer (eis a cereja) pela própria editora. Como um projecto que desde o início aposta na promoção com base nas novas tecnologias (sobretudo os nossos filmes Flash, todos consultáveis no site), aplaudimos e estaremos receptivos a esta experiência. Nem a Byblos se lembrou de tal coisa, preocupada que está em acompanhar Bertrand e FNAC na tradicional afixação de cartazes impressos com os rostos dos autores do cânone dos tops, isto apesar da anunciada inovação tecnológica. (Sobre esta livraria apenas podemos falar com base numa visita em Dezembro, mas a sensação que ficou foi a de mais-do-mesmo).
Não foi um ano prolífico em quantidade, mas também nunca prometemos invadir o mercado. A aposta em livros cuidados, comerciais e apelativos continuou, e para ela contribuiram novos colaboradores ocasionais ou de mais longa data. Para além do guru Luís Rodrigues (o nosso quinto Beatle, sexto Stone, etc), temos de agradecer a Safaa Dib, Francisco Guedes, Paulo Barros, Rita Figueira, Margarida Ferra, bem como ao profissionalismo de Nuno Santos, Valérie Suire e Susana Vasquez.
E que as bocas continuem a soprar às orelhas, e os pés façam o resto do caminho...
À nossa lista de autores, acrescentámos três novos, Lázaro Covadlo, Blanca Riestra e Bruce Holland Rogers, que trouxemos a Portugal para que apresentassem os seus livros. Essas deslocações tiveram o amabilíssimo apoio de entidades como o British Council (em especial, a Dra. Isabel Lopes, pelo seu esforço e simpatia), a Embaixada dos Estados Unidos da América e as organizações das Correntes d'Escritas e do Fórum Fantástico, a quem todos os agradecimentos pecarão por defeito. Continuámos, pois, na senda dupla de revelar autores completamente desconhecidos aqui (no que se incluiu mais um livro de Rhys Hughes) e de resgatar do "baú" dos esquecidos obras e autores válidos para o nosso catálogo e o nosso tempo (a continuação da publicação de Jerzy Kosinski é disso exemplo). Uma breve consulta aos press-clippings da nossa página Press permitirá concluir isso mesmo.
Num ano em que passámos da distribuição directa para os serviços de uma distribuidora, a nossa relação com as livrarias conheceu o seu lado mais delicado, o das devoluções (lentas) e das respectivas facturações (muito mais lentas, tendo mesmo um caso em que somos credores de uma quantia inferior a 300 euros há mais de 6 meses). Ainda assim, os exemplos de livreiros que já aqui tínhamos realçado mantiveram o seu nível de profissionalismo, também na hora do pagamento, o mesmo se passando com grandes cadeias. Sem orçamento para produzir os "rebuçados" de que os livreiros mais tradicionais parecem gostar tanto (figuras dos autores sorridentes recortadas junto a pilhas de livros, anúncios de página inteira no Expresso, etc), estamos totalmente dependentes do boca-a-orelha, que é falível apenas no balcão, no momento em que um livreiro mal informado, sem recurso à internet e pressionado para vender o seu 500.º exemplar do último best-seller responde "não conheço, "está esgotado" ou "nunca ouvi falar", mesmo se se lhe acena com uma revista ou jornal onde aparece um texto sobre o livro pedido. Esse boca-a-orelha é hoje, e cada vez mais, a blogosfera, e esperamos que projectos tão profissionais como o Bibliotecário de Babel e o Blogtailors ajudem a impor a consulta dos blogues como último passo antes da ida à livraria, ou – milagre esperado com ansiedade, mas ainda distante em Portugal – da compra online.
Ainda sobre promoção: uma pequena e nova livraria de Lisboa, a Círculo de Letras (entre a Av. Roma e o Campo Pequeno), parece ter resolvido o ovo de Colombo. Um monitor ligado a um computador, virado para uma montra que dá para uma rua. Parece demasiado simples, mas esta pode ser uma forma económica e totalmente digital de expor aos transeuntes conteúdos promocionais, quer feitos pela livraria, quer (eis a cereja) pela própria editora. Como um projecto que desde o início aposta na promoção com base nas novas tecnologias (sobretudo os nossos filmes Flash, todos consultáveis no site), aplaudimos e estaremos receptivos a esta experiência. Nem a Byblos se lembrou de tal coisa, preocupada que está em acompanhar Bertrand e FNAC na tradicional afixação de cartazes impressos com os rostos dos autores do cânone dos tops, isto apesar da anunciada inovação tecnológica. (Sobre esta livraria apenas podemos falar com base numa visita em Dezembro, mas a sensação que ficou foi a de mais-do-mesmo).
Não foi um ano prolífico em quantidade, mas também nunca prometemos invadir o mercado. A aposta em livros cuidados, comerciais e apelativos continuou, e para ela contribuiram novos colaboradores ocasionais ou de mais longa data. Para além do guru Luís Rodrigues (o nosso quinto Beatle, sexto Stone, etc), temos de agradecer a Safaa Dib, Francisco Guedes, Paulo Barros, Rita Figueira, Margarida Ferra, bem como ao profissionalismo de Nuno Santos, Valérie Suire e Susana Vasquez.
E que as bocas continuem a soprar às orelhas, e os pés façam o resto do caminho...
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