Grãos de areia II
Alguns excertos dos nossos livros, que se encontram à venda nas livrarias indicadas na nossa lista, ou no nosso site. Ainda vão a tempo de levar um bom livro para férias.
"A balouçar no cordoame com uma faca entre os dentes, o flibusteiro das lendas populares tem de tomar cuidado para não cortar a língua. Precisará dela mais tarde, para uma senhora cujo corpete esteja já prestes a rebentar ao som das suas botas no convés por cima do camarote. Não obstante as suas raízes aristocráticas e maneiras refinadas, ela irá encontrar muito que admirar na coragem, estilo e olhos cintilantes do flibusteiro. Ele já não troca de camisa há um mês, mas o seu abraço não estará húmido de suor. Porque este é o flibusteiro das novelas de capa e espada, uma figura romântica, acrobático e ousado ao invés de faminto e cruel. O seu hálito não cheira a carne crua e a botas cozidas. Ele é um herói-malandro e os seus dentes são pérolas.
O flibusteiro da realidade é uma figura mais grosseira, menos inclinada para a ternura ou para a elegância. A sua principal motivação é o saque e ele está disposto a adquiri-lo até aos extremos do comportamento mortal. Isto pode incluir dançar com intestinos ou assar freiras no espeto. O mais terrível de todos, o famigerado François l’Olonnais, lança olhares mal-intencionados de trás da verdade do mar das Antilhas, arrancando corações e ferrando-lhes os dentes, com o sumo vermelho a esguichar-lhe para o olho antes de cuspir o órgão palpitante com uma praga blasfema. Escravo do perigo, da fúria e da vingança, iniciou carreira como um tipo de escravo menos abstracto, um criado contratado, engajado para o mundo insular das Caraíbas quando era ainda um rapaz."
(Rhys Hughes, "O mascador de corações: François l’Olonnais", in Uma nova história universal da infâmia, tradução de Nuno Cotter, 15 €, pp. 43-44)
"A balouçar no cordoame com uma faca entre os dentes, o flibusteiro das lendas populares tem de tomar cuidado para não cortar a língua. Precisará dela mais tarde, para uma senhora cujo corpete esteja já prestes a rebentar ao som das suas botas no convés por cima do camarote. Não obstante as suas raízes aristocráticas e maneiras refinadas, ela irá encontrar muito que admirar na coragem, estilo e olhos cintilantes do flibusteiro. Ele já não troca de camisa há um mês, mas o seu abraço não estará húmido de suor. Porque este é o flibusteiro das novelas de capa e espada, uma figura romântica, acrobático e ousado ao invés de faminto e cruel. O seu hálito não cheira a carne crua e a botas cozidas. Ele é um herói-malandro e os seus dentes são pérolas.
O flibusteiro da realidade é uma figura mais grosseira, menos inclinada para a ternura ou para a elegância. A sua principal motivação é o saque e ele está disposto a adquiri-lo até aos extremos do comportamento mortal. Isto pode incluir dançar com intestinos ou assar freiras no espeto. O mais terrível de todos, o famigerado François l’Olonnais, lança olhares mal-intencionados de trás da verdade do mar das Antilhas, arrancando corações e ferrando-lhes os dentes, com o sumo vermelho a esguichar-lhe para o olho antes de cuspir o órgão palpitante com uma praga blasfema. Escravo do perigo, da fúria e da vingança, iniciou carreira como um tipo de escravo menos abstracto, um criado contratado, engajado para o mundo insular das Caraíbas quando era ainda um rapaz."
(Rhys Hughes, "O mascador de corações: François l’Olonnais", in Uma nova história universal da infâmia, tradução de Nuno Cotter, 15 €, pp. 43-44)
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