Uma benção
A recente razia nos suplementos literários e/ou culturais pode afinal, e por ínvios caminhos, revelar-se uma benção financeira para pequenas editoras que navegam por entre os icebergues do IRC, do IVA e dessa invenção lusa, o temido (e nunca explicado) Pagamento por Conta. Afinal de contas (e destas se trata), o que parecia à primeira vista uma decisão editorial escandalosa - reduzir o espaço sobre livros precisamente na altura em que mais dinheiro se move no negócio e quando os tubarões dos media mostram o seu interesse - acaba por ser uma generosa, ainda que modesta, benção financeira.
Poupando-nos à compra do DN à Sexta (via extinção da 6a) e do Público ao Sábado (via extinção do Mil Folhas) e à Sexta (via emagrecimento da área dos Livros no Ipsilon), e estando o Expresso a reduzir também o seu quinhão ao nível da fatia de fiambre de um somítico merceeiro de bairro, os iluminados gestores da imprensa estão, na realidade, a contribuir para o equilíbrio financeiro das pequenas editoras.
Os 340 Euros que não gastaremos este ano em jornais portugueses valem bem o esforço das subreptícias espreitadelas que permitem, em segundos, o cabal escrutínio dos conteúdos de tais títulos, operação essa ajudada grandemente pela magreza do dito conteúdo. 340 Euros é pouco, dirá o caro leitor. Pois bem, compram-se direitos de publicação por muito menos do que isso.
A bem das finanças dos honestos jornaleiros, aconselhamos os cultores da arte do pick-journal à compra de pelo menos um título retirado da estante: entre uma Que Leer?, uma Lire, um El Pais com o seu Babelia, um Guardian, a escolha abunda.
(PM)
Poupando-nos à compra do DN à Sexta (via extinção da 6a) e do Público ao Sábado (via extinção do Mil Folhas) e à Sexta (via emagrecimento da área dos Livros no Ipsilon), e estando o Expresso a reduzir também o seu quinhão ao nível da fatia de fiambre de um somítico merceeiro de bairro, os iluminados gestores da imprensa estão, na realidade, a contribuir para o equilíbrio financeiro das pequenas editoras.
Os 340 Euros que não gastaremos este ano em jornais portugueses valem bem o esforço das subreptícias espreitadelas que permitem, em segundos, o cabal escrutínio dos conteúdos de tais títulos, operação essa ajudada grandemente pela magreza do dito conteúdo. 340 Euros é pouco, dirá o caro leitor. Pois bem, compram-se direitos de publicação por muito menos do que isso.
A bem das finanças dos honestos jornaleiros, aconselhamos os cultores da arte do pick-journal à compra de pelo menos um título retirado da estante: entre uma Que Leer?, uma Lire, um El Pais com o seu Babelia, um Guardian, a escolha abunda.
(PM)
1 Comments:
Caríssimos, não ouvi ninguém da Apel/UEP, Marcelos & Ca, ex-IPLB e Mi(ni)stérios da Cultura abrirem o bico sobre este assunto. Será Tabu?
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