A memória lembrada II : Kosinski
"Tema recorrente nas entrevistas: quão autobiográfica é a obra de Kosinski? Nas palavras do autor, a pergunta pode ser reformulada nos seguintes termos: quão autobiográfica é a ficção de Kosinski? Kosinsky vê a memória como o grande contador de histórias, ou melhor, como uma colecção de episódios que não chegam sequer a formar uma colectânea de contos. O contador de histórias recorre também ao esquecimento, claro. Esquecer é importante. Tudo isto é trivial, e só merece ser contado pelo próprio Kosinski. Se tomo nota, é apenas para criticar a obsessão que, nos finais de 60 e pelos anos 70 fora, jornalistas, críticos e público tinham em saber até que ponto os episódios vividos pelos personagens de Kosinski fazem parte da biografia do autor. Isto é "voyerismo puro, uma forma menor de experiência"(cito o autor, embora aqui ele se referisse a outro problema). É possível que as subsequentes acusações de que ele terá forjado detalhes da sua biografia resultem da mesma obsessão, agora virada do avesso. Hipótese de trabalho: se Kosinski caminhou entre a ficção e a realidade, de um e outro lados quiseram puxar-lhe o tapete." (A memória inventada, "Kosinski e Eu 3", 29.01.2005)
Sublinhados nossos ao que é ainda o melhor texto escrito por um português sobre Jerzy Kosinski que podemos recomendar.
NOTA: Um outro português, leitor atento, merece também uma nota de apreço, sobretudo pela diligência em informar-nos, sem deixar de nos incentivar: Gonçalo Serra. Editar só faz sentido para pessoas assim.
Sublinhados nossos ao que é ainda o melhor texto escrito por um português sobre Jerzy Kosinski que podemos recomendar.
NOTA: Um outro português, leitor atento, merece também uma nota de apreço, sobretudo pela diligência em informar-nos, sem deixar de nos incentivar: Gonçalo Serra. Editar só faz sentido para pessoas assim.
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