Não há fome que não dê em fartura
Criaturas da noite com nova referência no Expresso. Repetida até, mas não nos queixamos: concordámos com o que fora escrito no início de Julho, e voltamos a concordar agora.
Mas a pérola do Actual deste fim-de-semana está num detalhe, contado por Camilo Mortágua, a propósito de Torre Bela, o mítico documentário realizado no Alentejo no Verão Quente de 1975 por um alemão de nome Thomas Harlan (e que a RTP2 passou há uns anos). Este Thomas era, afinal, filho de um outro Harlan, Veidt de seu nome, que realizara, nada mais, nada menos do que O Judeu Suss, o filme de propaganda anti-semita emblemático dos Nazis. Ao contrário de Leni Riefenstahl, Veidt Harlan pôde escapar ao opróbio do pós-guerra e continuar a trabalhar na RFA. Seria esse o fantasma que Thomas veio exorcisar a Portugal, movido por uma pulga incansável até conseguir captar em filme as contradições de uma Revolução tão anacrónica? (Harlan é um apelido sonante: Jan Harlan, primo de Thomas, foi cunhado e produtor executivo de Stanley Kubrick).
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